1. |
Mamãe Oxum
03:46
|
|||
Eu vi mamãe oxum na cachoeira
sentada na beira de um rio
colhendo lírio liro lê
colhendo lírio liro lá
colhendo lírios pra enfeitar
o seu congá
Na cachoeira de Mamãe Oxum
corre água cristalina
do templo Pai Olorum
Mamãe Oxum fez a cachoeira
Pai Olorum abençoou
Eu vou pedir permissão a Oxalá
Pra banhar na cachoeira
Para todo o mal levar
É areia do mar que o céu serena
É areia do mar que o céu serenou
Na areia do mar
Mar é areia
Maré cheia é mar
Marejo
Eu sou filha de Iabá,
Iabá é minha mãe,
Oh rainha do tesouro
Iodoceaba no fundo do mar.
|
||||
2. |
Que mais quero
02:58
|
|||
Não sei se é amor que tens, ou amor que finges,
O que me dás. Dás-mo. Tanto me basta.
Já que o não sou por tempo,
Seja eu jovem por erro.
Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falso que seja, a dadiva
É verdadeira. Aceito,
Cerro olhos: é bastante.
Que mais quero?
Ricardo Reis
|
||||
3. |
Words
04:24
|
|||
"Where can I find a man who's forgotten words?
I would like to have a word with him!" (Chuang-Tzu)
"If the fool would persist in his folly,
he would become a wise." (William Blake)
"Shut your mouth, close your lips, and say something." (Paichang)
What was my fundamental truth (before I was born?
"A great truth is a truth whose opposite is also a great truth." (Niels Bohr)
"The great way is not difficult for those
who have no preferences." Sengstan
"Einstein was a man who could
ask immensely simple questions." (Jacob Bronovski)
"Shut your mouth, close your lips, and say something." (Paichang)
|
||||
4. |
Kyanda
06:56
|
|||
Eye kevalo upako ovitima
vya vana vosi vosokolola
Eye otiyuia onumbi
kwa vana akuti, etimba liyavo,
onanga yevalo lusumba
Vonanga eyi, eye, ondalu yokaliye, iyelisa
Eye ondalu kilu lyovava
Etaly ovava ovawe anina oko mbaia azul vombaka,
akasi mwele ndomo ove osole,
ndeci osole okulota
Ndeci osole okulota lo uya,
lutanha, etimba, linyla vokalunga kasanha
keyiuka omongwa.
Eye wafina,
etimba lyiae kalyawalele ocitalukilo.
ocimwilo, ulembo,ono yovava pokwenhe
Leposo liyosi, kocisola ca Suku,
citava okulekisa kovaso
omanu vosi vavanjiliya, vayongola
okutala uwua
kawupwi, unene wo
Kalunga
(umbundu)
Ela é linda e o seu corpo nu é manifestação, reflexo e sombra – síntese em gota de cacimbo – de toda a harmonia que o Amor, Deus, pode mostrar aos olhos de um homem que procura ver a Beleza. O Eterno.
Kalunga.
Miguel Gullander
|
||||
5. |
Muxima
04:38
|
|||
Muxima está a chorar
Naquela Baia Azul, em Benguela, as águas do mar são estranhamente quietas e transparentes. Como vidro esmeralda. Kalunga chama-a, puxa-a, seduze- a até si. Ali, tocando a orla duma costa onde homens vendiam homens a outros homens.
Ali, ela costuma levantar-se muito cedo pela manhã.
Após acender uma vela perfumada, coloca-a à entrada da sua miserável casa, como prova da luz que a tudo observa e inunda. Como ondas. As areias brancas sopram suavemente um fio de assobio enquanto ela caminha até às águas – enquanto se dirige a Kalunga os seus pés sussurram um sim, renovado, contínuo. Sim sim sim.
O convite. O ágape. Os seus pés negros brilham porque a sua pele é santa e ungida pelo óleo trazido do outro lado do mar, do Mistério.
Ela sempre entra nas águas quando o sol começa a sua magnífica aurora. Nesses dias ela está feliz, canta sem palavras – e sabe pisar onde os outros não compreendem.
Ela também caminha sobre as águas quando o sol se põe. Mas, nesses
crepúsculos o seu rosto fica riscado pelas lágrimas que através dos seus olhos encontram alívio e regresso – retorno à foz – à paz – a Kalunga. Todas as dores desta terra, todas as injustiças, todos os pecados choram-selhe pelos seus olhos.
Miguel Gullander
|
||||
6. |
Regressar
04:31
|
|||
Eu quero regressar
Voltar ao meu lugar
Voltar a te abraçar
Espero te encontrar
No luar,
Contigo caminhar
Pelo mar!
Andei um tempo
distante de ti,
distante de nós,
distante de mim,
E agora é hora de regressar
De te abracar,
contigo estar,
Mamauê!
Zé Beato
|
||||
7. |
África
04:39
|
|||
E nesse instante olhamo-nos no escuro, vendo tudo.
E quando acordares verás tudo pelos meus olhos. Verás este mundo como eu o vejo. E chorarás. Muito, muito.
África.
Miguel Gullander
|
Xinganje & Kaviula Portugal
"We came from the stars in the sky of Africa." Zé Beato e Ana Maria Pinto conheceram-se na Namíbia, o improviso foi imediato e a afinidade vocal também. Gravaram o álbum Xinganje & Kaviula no Porto em 2015. Zé Beato vive em angola e Ana Maria em Portugal. Um novo encontro musical é esperado em 2022, no âmbito do projecto Classic meets Africa, que funde música clássica e danças africanas. ... more
Streaming and Download help
If you like Xinganje & Kaviula, you may also like:
Bandcamp Daily your guide to the world of Bandcamp